Hoje contarei um momento que jamais irei tirar da minha cabeça, a saída da casa onde morei por 23 anos. Sensações, desconfortos, tristeza e o mais importante a duvida da certeza, se era isso mesmo que eu queria? Um intervalo muito curto de tempo, para mudar meu destino, e algo muito importante que teria que deixar por dias e horas sem ver, minha mãe.
Então na ultima semana de junho de 2018, eu estava com a cabeça a mil pra tomar a decisão de sair de casa. E no dia 30 de junho, preparei umas roupas e levei para morar em uma casa com jovem, que ate este momento é minha mulher, parti pra Pitangui, pra quem não conhece é um município que foi criado as margens da praia. No dia 06/07/2018, viemos de Pitangui no carro do tio dela, pra pegar as roupas dela que tinham ficado, e levar mais umas minhas e, assim foi seguindo dia pois dia, vindo trabalhar em Natal e voltando pra dormir em Pitangui, é uma media de 31,2 km da casa onde moro hoje ate meu trabalho, indo e vindo da 62,4 km por dia. É longe! Mas com o tempo se acostuma e você vai sem perceber essa distância. A diferença da distância da casa da minha mãe pro meu trabalho é 5,6 km, 11,2 km por dia.
Mas é assim, se quer crescer tem que abdicar de muita coisa, existem várias questões por eu ter saído de perto da minha mãe, os quais não convém falar aqui agora, mas nenhum motivo foi por ela, e sim pelo que circula ela. Mas não sabia que ela alimentava um sentimento, que toda nação brasileira alimenta, que é a esperança. A esperança de uma mãe é muito abrangedora, é fora do comum, assim dizem os poetas e compositores em suas musicas, eu tive a prova um dia desses. Contudo, o meu sentimento abalado não prestei atenção, e no dia 18/08/2018, fui ate a casa da minha mãe pra desmontar os moveis do meu quarto e arrumar as roupas em bolsas pra levar pra nova casa. no dia seguinte, especificando 19/08/2018. Fui ate lá em um caminhão Mercedes-Benz 716 buscar minhas coisas, por volta das 10:40, eu estava lá.
Comecei a pegar minhas coisas com a ajuda do tio e primo da minha mulher, e de repente, ela apareceu... Minha mãe com um sorriso no rosto, e um vestidinho presto bem simples, e começou a ajudar, e no termino da organização na carroceria do caminhão, fui me despedir dela e, quando eu disse tchau, foi um tchau que quase não saia da minha boca, e ela com os olhos cheios d'água disse: - Tchau meu filho, vá com Deus! Quando quiser voltar, sempre terá um lugar pra você aqui, sei que a casa não é essas coisas... Nisso imediatamente fui abraça-la, e ela começou a chorar, e disse uma coisa que ate hoje quando lembro, lagrimas escorrem em meu rosto, ela disse assim: - Eu, não tenho mais esperança, enquanto os moveis estavam aqui ainda tinha esperança mas, agora acabou. Na hora não chorei, nem sabia o quer dizer, dei tchau à ela, e soltei os cães, fechei a porta e o portão da casa, entrei no carro e fui, sem chorar, mas tudo que estava acontecendo, ate aquele momento, estava remoendo na minha cabeça.
Chegando na casa em Pitangui, descarregamos o caminhão eu, tio da minha mulher e seu filho, em seguida nós três seguimos para entregar o caminhão, e na volta passei na casa deles peguei minha moto e me dirigi pra casa nova, no meio do caminho, começam a correr lagrimas no meu rosto, a saudade bateu forte, a tristeza, sei que terei uma mulher ao meu lado, mas minha mãe estará distante. Sei que minha mãe chora, todo santo dia, pessoas tentam conforta-la, dizendo que a vida é assim, mas, não vêem o que ela ver que eu sou o único filho dela e ela só tem a mim.
Estou fazendo o máximo, escutando o máximo no trabalho, pra que um dia eu tenha uma vida melhor, volte pra cidade e tenha minha MÃE ao meu lado novamente. Vou almoçar na casa dela, e nos sábados passo um pouco do meu tempo com ela. Isso é tudo que tenho pra falar.
